domingo, 18 de maio de 2014

E ali, então, inesperadamente, você disse que me amava. E meu coração sorriu com a certeza de que te amava, também, e muito. Minha boca quis te gritar as certezas e incertezas que há tanto guardava, mas o único reflexo que pode ter a tempo de responder foi o beijo. Olhos fechados, corações sorrindos, lábios conectados. A sucção nada mais era que a garantia de que aquilo era real, como o beliscão que a gente pede quando acha que deve acordar, mas que não quer ser acordado. A garantia de um carinho e de uma vontade de olhar junto. Quis te responder, mas ainda que te dissesse das mais variadas formas que o amor pode se expressar na linguagem oral, terias sido, de qualquer forma, o primeiro a dizer. Vi certa vez em um filme que, tendo um dito primeiro, o primeiro eu te amo nunca poderia ser, de fato, recíproco, podendo soar, inclusive, como uma obrigação a formalismos, ainda que tenhamos sempre fugido destes. Pensei, então, que também queria dizer o primeiro eu te amo e que você merecia também ouvir o primeiro eu te amo. Então, meu amor, te dedico nosso primeiro eu te amo escrito em um grafite 0.5 e enviado por correio a um endereco nem tao longe assim:
Eu te amo.
Por tudo em tão pouco.

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