terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"Uma mulher não perdoa uma única coisa no homem: que ele não ame com coragem. Pode ter os maiores defeitos, atrasar-se para os compromissos, qualquer coisa é admitida, menos que não ame com coragem. Amar com coragem não é viver com coragem. É bem mais do que estar aí. Amar com coragem não é questão de estilo, de opinião. Amar com coragem é caráter. Vem de uma incompetência de ser diferente. Amar para valer, para dar torcicolo. Não encontrar uma desculpa ou um pretexto para se adaptar. Não usar atenuantes como “estou confuso”. Amar com fúria, com o recalque de não ter sido assim antes. Amar decidido, obcecado, como quem troca de identidade e parte a um longo exílio. Amar como quem volta de um longo exílio. Amar quase que por bebedeira. Amar desavisado. Amar desatinado, pressionando, a amar mais do que é possível lembrar. Amar com coragem, só isso!"

Carpinejar sabe das coisas.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

considerações iniciais de 2013.

te pedi que viesses melhor do que se foi e percebi que não estava pedindo tanto assim. te pedi que viesses cheio de cores e, até agora, não estas me decepcionando. meu coração está meio afoito, como passarinho que está prestes a ser liberto, mas eu peço calma. é tão bom se encher de verdades de descobri-las também. toneladas foram tiradas das minhas costas, sinto falta do peso, mas ele ainda deixou uma dor. aos poucos, a estrutura vem ganhando forma. nova e forte.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E a vida vem mostrando - no momento errado, mas mostrando - quem realmente está ao seu lado. Começando por pistas que passam despercebidas, passando por pormenores detalhes, até que está quase estampado na cara com letras garrafais. Talvez até as letras garrafais estivessem sempre ali, mas a cara de bom anjo ou a voz sutil de quem quer agradar funcionaram como maquiagem. Mas o destino fez questão de enviar um aguaceiro, daqueles que inundam e desnudam tudo e todos. E limpa toda a farsa que a face quis ocultar. Às vezes, são pessoas tão inesperadas que você se sente um tolo por cogitar a tal hipótese da mentira e passa a se culpar por ter pensado assim. Mas os dias são reveladores, uma boa mentira, por melhor que seja, de perna curta ou não, uma hora desmorona. 

E hoje eu quero me jogar nesse aguaceiro para que não só limpe qualquer coisa que oculte as minhas verdades, mas também que me escancare para o mundo. Eu não quero passar por essa situação, nem muito menos fazer alguém sentir por mim o que eu sinto agora por determinadas pessoas. Porque a mentira dói muito e o cinismo mais ainda. E o dia a dia tá ai, parecendo que quer testar o meu limite de encarar tudo isso, testando até aonde vai a minha capacidade de driblar essas situações. A verdade, destino, é que eu não consigo. Porque eu procuro me encher de verdades e passo também a acreditar que posso procurá-la nas esquinas e becos por aí. E quando me deparo com mentiras o coração anseia e pede para que eu fuja disso.

Aliás, fugir pode ser um dos meus maiores defeitos. É que, dentre as maneiras mais difíceis  fugir é a mais fácil. É abandonar o barco antes dele afundar, mesmo sabendo que você por tanto tempo não se incomodou com o furo que sempre estivera presente ali. Mas, agora, qualquer brecha que fure as verdades e que se permita preencher-se de mentiras não é mais bem-vida. E nunca foi, mas hoje é de uma maneira diferente, porque a permissividade não existe mais, não existe mais aquela tolerância de outrora que tanto me fazia mal, a omissão pediu bilhete de partida e sem data pra voltar. 

Novos ares. É o que eu preciso. Preciso de um último suspiro para esse indolente coração voltar a acreditar no que sempre lhe fez bem. E, se a ordem para o ano é não acomodar com o que incomoda, que se comece por isso. Limpeza. De bolsos, gavetas, corações. De mentiras, de pessoas que não nutrem o bem. De tanta energia negativa que está me rodeando. Mas justo agora, coração!? Agora. Porque a verdade, por ser tão do bem, não pede licença nem tem hora pra chegar. Existe um sorriso de boas vindas só para ela, mesmo quando a porta está entreaberta  e um aviso de "Não incomode" está estrategicamente pendurado, ela sabe que não é para ela.


sábado, 5 de janeiro de 2013

“Eu sei que sempre foi muito complicado falar com as pessoas, mas em mim essa dificuldade não foi falta de amor, isso não, foi talvez a memória de certas lutas, a agressão repentina daqueles que eram meus irmãos, mas eu estou certa de que a maior culpa coube a mim, eu tinha uma voz tão meiga, tinha um rosto anêmico, um olhar suplicante e todas essas coisas fazem com que os outros se irritem, afinal ser assim é ser muito débil para um tempo tão viril como é o nosso tempo.” Hilda Hilst

''Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,
Mas confia em meu amor'' 



É que eu esqueci que antes de abraçar o mundo eu precisava abraçar você. E agora quero vencer essa barreira criada inconscientemente por mim e ir te abraçar e fazer carinho. Você está a, no máximo, dois metros de mim. E eu te olho cedendo ao sono e desejo que tenha sonhos bons. Eu não vou mais calar o meu coração, mesmo que, às vezes, ele teime tanto e solte borboletas no meu estômago, ele vai voltar a ter voz. E eu vou tirar essa máscara que te esconde o quanto eu sou feliz contigo e eu vou estender meus braços na primeira oportunidade. Eu vou.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Porque hoje eu acordei com vontade de voar

Ele percebeu que ela estava diferente. Percebeu que os motivos dos seus sorrisos, agora, eram outros, que as músicas que despertavam a sua atenção não eram mais as mesmas e que as  estantes estavam tomadas por novos títulos. Ele percebeu que os anos haviam feito bem para ela. Gostava de quem ela havia sido, mas, de uma maneira diferente, gostava de quem ela era agora. Gostava da sensação de não saber nada ao seu respeito, ansiava descobrir o que dava ritmo aos seus pensamentos. Ela não sabia o que pensar sobre tudo aquilo. Tentava seguir a sua vida como se nada houvesse acontecido, mas havia sempre um sinal que lhe lembrava que tudo estava diferente. Se ela havia mudado, o mesmo acontecera com ele. O tempo parece não abrir mão de ninguém. Contudo, ela não tinha certeza se, para ela, as mudanças do outro lado poderiam ser boas. Mundos foram descobertos, pessoas foram exploradas, ombros foram esbarrados. E o destino ainda teimava em querer se desdobrar pra uma linha que, até então, tinha tudo para ter chegado ao seu fim.