domingo, 29 de dezembro de 2013

Vem!

Não foi preciso ponderar muito acerca de 2013 para saber que foi um ano de luz. Luz em todos os sentidos. Por me tirar da condição de ignorância acerca de tantas coisas, por clarear a minha mente sobre o que eu já sabia e não sabia que já sabia, por me mostrar caminhos - estreitos, tortos, curtos, longos - que me levaram para encontros extremamente agradáveis. Poderia, também, enumerar as tantas descobertas, seja de lugares, cheiros, rostos, abraços. Alguns fizeram questão de se manter; outros, não. Alguns eu fiz questão de manter; outros, não. Encontros que me passaram verdade e que me fizeram ter vontade de transparece-la, também. Em cada sorriso o meu afeto foi depositado e o senti ricochetear de volta em uma reciprocidade que se fez presente a cada segundo.
De 2013 esperei muita coisa e sei que ele esperou muito de mim. Das tantas coisas que esperei, creio que muitas - a maioria - foi atendida, como em uma prece aos deuses mais poderosos do universo atendidas com uma facilidade que deu a entender que era a ordem natural das coisas. Aquela minoria não atendida decerto me decepcionou, não vou negar. Talvez porque era um dos vazios que mais ansiava ser preenchido. Sendo assim, esse vazio que não foi preenchido da maneira tal como queria, tratou de não ficar para traz e absorver as completudes daqueles outros - próximos, mas não iguais. Hoje, percebo que foi melhor assim. Cada vazio de uma vez, equilibrando completudes e vazios até que exista uma relação harmoniosa.
A insustentável leveza do ser e o fardo que ela representava deixaram se esquecer - ou fizeram-se esquecer - para dar lugar a uma construção de concretudes. Mas ainda estão lá. Guardados naquela última gaveta do armário aonde se escondem bilhetes de cinema e cartas de amor. Aquela última gaveta na qual se faz questão que se mantenham intocáveis memórias antigas, recentes, boas, ruins, todas.
Pro próximo ano, peço leveza, paz, um passo de cada vez, mais abraços, mais cheiros, mais rostos, mais verdades. Mais equilíbrio ainda que a mente se mantenha desequilibrada. Peço, do mesmo modo que pedi há 1 ano atrás, que seja um ano de cores e sensações misturadas em uma dança rítmica de quem mais-faz-feliz. Peço grito, indignação, luta, suor, mas também peço brisa, tranquilidade, música e onda do mar. Que uma alquimia seja feita disso tudo e que a transborde nos muros e becos por aí. Por fim, peço amor. Em todas as suas facetas e paletas.